segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dupla moral brasileira








Crítica:

Hobert Henry Srour: Ética Empresarial - Gestão da Reputação - Segunda Ed. Editora Campus.



Capítulo 6

A dupla moral brasileira. - A existência de normas sociais implica a possibilidade de infringi-las. Ao multiplicar as tentações, as sociedades contemporâneas são particularmente propicias à transgressão.

A hibridez do caso brasileiro.

Estamos acostumados a busca do "se dar bem", ante a construção do "self made man", no caso norte-americano.

Misturamos a nossa visão de ascensão com um caso de simples oportunismo, não criamos o hábito do planejamento a curto, médio e longo prazo, advindo também da era do miojo, queremos tudo instantâneo. Criamos uma sociedade cada vez mais dependente do coleguismo, nepotismo, que busca facilidades, oportunismo, vide o anti-heroísmo brazuca, e seus personagens: Pedro Malasarte, João Grilo (o Auto da Compadecida), Zé-Carioca (Walt Disney), Azanbuja (Chico Anysio), e o famoso Macunaíma(Mário de Andrade).
Não temos exclusividade em criar anti-heróis vide: Dom Quixote (literatura Portuguesa), Gastão (Walt Disney), Bender (futurama), Aladdin, Manda-Chuva (Hanna Barbera), Pica-Pau, Hobin Hood, Wolverine, Justiceiro (ambos Marvel).

Desde os tempos Elizabetanos, mudaram-se os heróis, visto nas literaturas de Fausto - Goethe, que recorre a Mefistófoles para ter vantagens na vida ou então Falstaff de William Shakespeare, o fanfarrão e boêmio da época.

Gente ética e gente não ética há no mundo inteiro, mas o que acontece no Brasil, em relação ao restante do mundo é que os personagens dos outros países, existiam só no sentido figurado, como que para retratar algo, porém aqui temos a personificação do personagem em práticas do dia-a-dia.

A Malandragem tem até ponto de encontro, nos bairros da Lapa (bondinho), no Rj, e não por menos até vestimenta certa, como o chapeú-palheta, na década de 30, que mostrava que o malandro era exaltado na sociedade da época.

Hoje o Malandro mudou suas vestimentas para terno e gravata. O ladrão, assassino, estuprador, é nada mais que pessoas que não souberam utilizar bem o oportunismo. O verdadeiro malandro está cada dia mais bem vestido, e mais esperto.

O Malandro sai da sua cama todas as manhãs, lembrando das coisas que ele não tirou vantagem no dia anterior, e pensa no que fazer para otimizar as ações do hoje para compensar a malandragem de ontem.

O Anti-Herói Brazuca é muito próximo até nas propagandas boca-a-boca "Maluff rouba mas faz".

Nossa cultura moldada desde a colonização no eixo de colonização de exploração, mais tarde formação de oligarquias, currais eleitorais, privilégios em geral, houve-se falar muito pouco em IDONEIDADE.

Alguém lembra de algum fato histórico que o Brasil agiu de forma diplomática, idônea, profissional?

Não longe disso como que necessariamente existênte nossa religião matriz, a católica, onde a pobreza é exaltada, com frases bíblicas da relação pobre, agulha, camelo e reino dos céus. Aprofundou-nos ainda mais sobre a necessidade de um bom legado ser dado dos céus (cair do céus), e não de construirmos por nós mesmo, que vemos praticadas as religiões calvinistas, e puritanas.

O discurso reforçá-se no livro de Max Weber - A ética protestante e o espírito do capitalismo, no qual as éticas e ideais puritanos desenvolveram o capitalismo, em contra partida a igreja católica que condenava a ocupação econômica e os assuntos mundanos, a fim de doutrinar suas ovelhas.

No Brasil, a fortaleza mental católica, imperou forte até os dias de hoje, mesmo com a intereferencia do Imperador, na época da colônia, com o beneplácito - o Cesaropapismo brasileiro . Na esperança de que o imperador utilizar dessas interefencias para romper com a influencia psicológica da igreja no povo, o Imperador usou isso para justificar ainda mais seu poder como imperador. Vide Imperadores romanos que eram o "Deus na terra".

Enfim a proclamação da República e o respiro aliviado dos que necessitavam de um pouco mais de mora para o nosso Pais.

Mas também não foi a melhor coisa que fizeram, não do modo em que fizeram, nossa república foi comandada por militares, é como por Van Gogh para administrar uma Empresa.
Militar no Poder não combinam.

Capitulo 07

As morais brasileiras - A credibilidade é um ativo volátil: laboriosa na conquista, veloz na perda.

Aqui observamos o formalismo, que nada mais é que a clara dissociação entre discurso e prática.

A criação do jeitinho brasileiro vem daqui: subornos, quebra-galhos, malandragem, oportunistas, favoritismos.

Conseguem ver porque é complicado trabalhar por aqui de forma ética?
Você sempre está imerso em um mar de malandros, no qual saber driblá-los é questão de sobrevivência no ambiente corporativo.

É gerente flertando estagiária, empresas driblando os tributos, empresas maiores com preços bem abaixo do mercado a fim de quebrar a concorrência de empresas menores, 3 tipos de balanços patrimoniais, 3 tipos de DRE, empresas triangulando notas-fiscais, estoques, enfim.

Isso tudo suportado por relações de lealdade e paternalismos, clientelismos, como dependência lógica e viciante.

Obvio que nossa raíz malandra não ia ficar só nas relações pessoais, claramente ela iria contaminar as relações profissionais.

Quando a malandragem é questão de sobrevivência, em que precisa agir ou parecer malandro para que não vá demitido por não cooperar com as anti-ética praticada pela maioria.

O Diretor raramente optará por uma reestruturação das chefias. É costume a corda sempre arrebentar para o lado mais fraco, os novos éticos das empresas são contaminados ou malandramente sucumbem por praticas anti-éticas a fim de por o pão em casa. o Sistema aqui no Brasil também é massacrante.

A Ética no Brasil, é utilizada apenas na frente de todo mundo, quando oportuna, na prática, é sempre descaracterizada.




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